Censo: número de estrangeiros vivendo no Brasil aumenta 70% em 12 anos

Entre 2010 e 2022, o Brasil registrou um aumento significativo na população de estrangeiros, passando de 592.448 para 1.009.341 pessoas, de acordo com o Censo Demográfico 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representa um crescimento de 70,3% em 12 anos.

O IBGE entende que além do aumento de pessoas de nacionalidade estrangeira e naturalizados brasileiros, nesse período, houve também uma mudança em relação ao local de origem dessas pessoas.

Em 2010, os nascidos em Portugal representavam o grupo mais numeroso de estrangeiros na população do Brasil, dando lugar, em 2022, aos nascidos na Venezuela, cujo fluxo migratório se intensificou na última década. O país europeu passou para a segunda posição.

De modo geral, houve um aumento dos naturais de outros países da América Latina, dentro do Brasil, enquanto ocorreu a redução dos nascidos na Europa. Confira:

 

Volta do aumento

Censo de 2022 representa o retorno do aumento de estrangeiros no Brasil, número que estava em queda desde o levantamento de 1960.

A redução do total de estrangeiros e naturalizados brasileiros até o censo 2010 está associada aos efeitos da mortalidade dos estrangeiros de idade mais avançada que chegaram ao Brasil no passado, o que não foi compensado pela chegada de novos imigrantes no período.

Tendências da Imigração no Brasil

  • Nas décadas de 1960 a 1990, menos imigrantes vieram para o Brasil em comparação com décadas anteriores.
  • Muitos imigrantes que vivem no Brasil hoje são mais velhos e chegaram ao país há muitos anos.
  • Até 1962, o Brasil recebeu muitos imigrantes, especialmente antes dessa data.
  • A maioria dos imigrantes que vivem no Brasil chegou nos últimos 10 anos.
  • Embora a imigração tenha aumentado, os imigrantes representam apenas 0,5% da população brasileira. Isso é bem menos do que em 1950 (2,3%) e 1960 (2,0%)

Venezuela e América Latina

Os 12 anos entre o Censo de 2010 e de 2022 ficaram marcados pelo expressivo crescimento da imigração venezuelana, que saltou de 1.892 indivíduos para 199.067, colocando a Venezuela como a principal origem de imigrantes no país. Em paralelo a isso, o IBGE destaca o aumento substancial no fluxo migratório haitiano, que passou de 112 para 23.507 no período analisado.

“Essas transformações refletem um fenômeno maior: a consolidação de um novo eixo migratório, no qual os países do Sul Global passaram a figurar como as principais origens dos fluxos imigratórios para o Brasil impulsionados por fatores políticos, econômicos e jurídicos que remodelaram as dinâmicas da mobilidade internacional”, analisa o IBGE.

 

Outro ponto de destaque é o crescimento significativo na proporção de imigrantes advindos da América Latina, que passaram de 27,3% em 2010 para 72% em 2022. Esse número é inflacionado pelos venezuelanos, porém países como Bolívia, Haiti, Paraguai, Argentina e Colômbia também se destacam como importantes países de origem dos fluxos de migração internacional no Brasil.

 

 / metropoles.com

 

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