
A novela Vale Tudo mostrou neste sábado (30/8) o momento em que Afonso (Humberto Carrão) é diagnosticado com leucemia. A cena emocionou o público da trama de Manuela Dias e também levantou questões envolvendo a doença como, por exemplo, a incidência desse tipo de câncer do sangue e a importância de reconhecer sinais precoces.
Na trama, explicou à Solange (Alice Wegmann) sobre como a doença afeta os glóbulos brancos e que não há como saber o que a provocou. Na vida real, também é assim: a leucemia pode ocorrer de forma rápida, por causas desconhecidas e de forma aleatória.
Segundo a onco-hematologista do Hospital Sírio-Libanês, Sabrina Brant, porém, alguns fatores aumentam o risco de desenvolver a leucemia, como histórico de radioterapia ou quimioterapia, exposição à radiação ou substâncias químicas (como benzeno), síndromes genéticas, doenças hematológicas prévias e até idade avançada.
O que é?
A leucemia mieloide é um tipo de câncer do sangue que tem origem na medula óssea. “A doença acontece quando os glóbulos brancos sofrem alguma mutação no seu material genético e passam a ser produzidos de forma anômala e excessiva pela medula óssea”, explicou Sabrina.
Um levantamento baseado em dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) mostra que, entre 2018 e 2022, foram notificados 10.190 casos de leucemia mieloide nas capitais brasileiras.
Existem dois tipos de leucemia mieloide, a Leucemia Mieloide Crônica (LMC), que normalmente apresenta uma evolução lenta no crescimento das células doentes, e a Leucemia Mieloide Aguda (LMA), que costuma se desenvolver de forma mais rápida e agressiva.
Quais os principais sintomas?
Segundo a especialista, não há exames de rastreio específicos para garantir um diagnóstico precoce da LMA. O diagnóstico precoce depende da busca por atendimento médico diante de sintomas sugestivos, que podem surgir em poucos dias ou semanas antes da confirmação.
Os principais sintomas são cansaço extremo (decorrente a anemia), sangramentos e manchas roxas (plaquetas baixas), febre, infecções recorrentes, dores ósseas e perda de peso.
De acordo com Sabrina, atualmente existem diversas estratégias terapêuticas para vários perfis de pacientes (jovens, idosos, com comorbidades mais graves) no tratamento da Leucemia Mieloide Aguda. Dentre as principais opções de tratamento há a quimioterapia padrão, terapias-alvo para tipos específicos de mutações, transplante de medula óssea em alguns casos, e estudos preliminares com células CAR-T e CAR-NK.
Fábia Oliveira / metropoles.com
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