O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) confirmou nesta segunda-feira a ocorrência de três tornados no estado durante as tempestades da última sexta-feira, com ventos que chegaram a 330 km/h em Rio Bonito do Iguaçu. Além desse caso, o órgão também identificou formações em Turvo e Guarapuava, no Centro-Sul do estado. As conclusões foram obtidas a partir da análise de radares, vídeos, sobrevoos e vistorias em solo, e outras possíveis ocorrências seguem em investigação.

O total de óbitos devido ao fenômeno subiu para seis, sendo cinco somente no município e outro em Guarapuava.

O tornado de Rio Bonito do Iguaçu foi classificado como categoria F3 na escala Fujita — que vai de F0 a F5 — e apresentou ventos estimados entre 300 km/h e 330 km/h. A tempestade supercelular atingiu a área urbana por volta das 18h, provocando destruição em residências, galpões e linhas de transmissão de energia.

Na sequência, outras duas tempestades severas também geraram tornados. Em Guarapuava, o fenômeno foi classificado como F2, com ventos próximos de 250 km/h, atingindo principalmente o distrito de Entre Rios. Já em Turvo, ao sul da área central do município, o tornado também foi considerado F2, com ventos estimados em 200 km/h.

Segundo o órgão, as condições atmosféricas da sexta-feira — marcadas por calor intenso, alta umidade e forte instabilidade — criaram um ambiente favorável à formação de tempestades severas. A intensificação e a mudança na direção dos ventos em diferentes níveis da atmosfera contribuíram para a ocorrência dos tornados.

Além das análises de imagens do radar meteorológico de Cascavel, registros feitos por moradores e pela imprensa local, e sobrevoos conduzidos por um meteorologista do Simepar acompanhado de engenheiros do Corpo de Bombeiros na região de Rio Bonito do Iguaçu também ajudaram na investigação.

 

O governador Ratinho Jr. (PSD) decretou estado de calamidade pública em Rio Bonito do Iguaçu, onde, segundo ele, cerca de 90% das construções foram afetadas. O decreto foi reconhecido pelo governo federal.

— Estamos aqui para fazer o levantamento local da infraestrutura atingida. Como cerca de 90% da cidade foi afetada, decretei o estado de calamidade pública, que nos permite dar mais celeridade aos atendimentos e à liberação de recursos. Já determinei que a Cohapar estude estratégias para a reconstrução das moradias e estamos preparando alojamentos para garantir o amparo às famílias — disse o governador.

No sábado, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também esteve na cidade acompanhada de equipes da Defesa Civil Nacional. Ela informou que o governo federal acionou a Caixa Econômica Federal para agilizar o saque do FGTS por calamidade aos trabalhadores atingidos.

Além disso, o governo estadual enviou à Assembleia Legislativa um projeto de lei para permitir a transferência de até R$ 50 mil por família que perdeu a casa no desastre.

 

Por Jônatas Levi e Carolina Callegari — Rio de Janeiro

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