
A taxa média de juros cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo registrou uma queda de 3,9 pontos percentuais em outubro deste ano e bateu 439,8% ao ano.
O dado foi divulgado nesta quarta-feira (26/11) pelo Banco Central (BC) e faz parte do relatório de Estatísticas Monetárias e de Crédito.
Rotativo do cartão
- O rotativo do cartão de crédito é uma linha de crédito pré-aprovada no cartão.
- Ela é acionada por quem não pode pagar o valor total da fatura na data de vencimento.
- Em caso de inadimplência do cliente, o banco deve parcelar o saldo devedor ou oferecer outra forma de quitação da dívida, em condições mais vantajosas, em um prazo de 30 dias.
- Segundo especialistas, o rotativo do cartão é a linha de crédito mais cara do mercado e deve ser evitada.
- Em dezembro de 2023, o Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou que as operações de juros rotativos, a partir de 3 de janeiro de 2024, não poderiam ultrapassar 100% do valor original da dívida.
Cartão de crédito parcelado
De acordo com os dados do BC, houve uma queda de 0,3 ponto percentual na taxa do cartão de crédito parcelado, para 178% ao ano.
A taxa de juros total do cartão de crédito recuou 0,2 ponto percentual, ficando em 90,1% ao ano.
Juros cobrados pelos bancos
Segundo o BC, a taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas subiu 0,8 ponto percentual em outubro, para 46,3% ao ano.
Trata-se do maior patamar desde julho de 2017, quando a taxa estava em 46,5% ao ano.
Nova modalidade de crédito
Uma nova modalidade de crédito (com garantia do FGTS) foi lançada em março pelo governo federal.
Entre as regras previstas, está o uso de até 10% do saldo do FGTS como garantia e 100% da multa rescisória na demissão sem justa causa (que corresponde a 40% do valor do saldo).
As parcelas são quitadas com desconto no contracheque – ou seja, direto no salário do funcionário que pega um empréstimo junto a uma instituição financeira.
Antes, o consignado ao setor privado já existia, mas com outras regras. Havia a exigência de que houvesse um acordo entre empresas e bancos.
Desde o dia 21 de março, os trabalhadores podem buscar crédito diretamente por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital), sem a necessidade de acordo com as empresas.
Desde 25 de abril, os trabalhadores podem contratar o empréstimo também por meio dos canais eletrônicos dos bancos habilitados no programa.
E, desde 16 de maio, os trabalhadores podem renegociar dívidas por meio da portabilidade para outro banco.
Até agora, não há teto nos juros da nova linha de crédito do consignado ao setor privado. As taxas são definidas livremente pelas instituições financeiras.
Fábio Matos / metropoles.com
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