
Mais de um ano depois que um tubarão branco de cerca de 4,5 metros de comprimento ter sido encontrado morto com feridas misteriosas de mordida, praticamente partido ao meio, e sem seus órgãos internos, a análise de DNA revelou os que está por trás da cena que assutou banhistas no sudeste da Austrália.
Dois animais, orcas, e tubarões-de-sete-guelras-de-nariz-largo, foram responsáveis pelo ataque horrível, de acordo com um estudo publicado nesta semana na revista científica "Ecology and Evolution".
O corpo do enorme tubarão foi descoberto em outubro de 2023 no sudeste da Austrália, desconcertando os cientistas.
"A carcaça despertou atenção significativa do público devido ao seu tamanho, marcas de mordida e a especulação de ser o resultado de uma predação de orca", escreveram os autores no periódico.
Embora sua cabeça, espinha e nadadeiras estivessem intactas, sua seção média, incluindo seu fígado, órgãos digestivos e reprodutivos, estavam faltando.
Seu corpo estava cheio de feridas de mordida, incluindo uma de 50cm, consistente com as de orcas.
Cientistas coletaram 15 amostras de material genético de quatro feridas de mordida e determinaram que uma orca era responsável pela grande ferida.
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DNA de tubarões-de-sete-guelras-de-nariz-largo (espécie que tem uma boca larga e dentes grandes e em forma de pente na mandíbula inferior) foi encontrado nas três feridas menores, provavelmente feitas depois que o tubarão-branco já havia sido atacado pelas orcas.
Casos de ataques de orcas a fígados de tubarões foram relatados na África do Sul na última década, no entanto, essas novas descobertas são significativas, pois provam que são mais difundidas do que se acreditava originalmente, chegando às aguas da Austrália.
"Esses resultados fornecem evidências confirmadas de predação de orcas em tubarões brancos na Austrália e o provável consumo seletivo do fígado, sugerindo que predações dessa natureza são mais prevalentes globalmente do que se supõe atualmente", explicou o relatório.
As orcas são as únicas predadoras de tubarões-brancos. Nos últimos anos, os tubarões-brancos têm se afastado de regiões onde há presença de orcas.
Por Fernando Moreira / EXTRA
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