Os moradores da cidade de Baía da Traição, litoral norte da Paraíba, localizada a 82 km da capital João Pessoa,  vivem com medo. As casas tremem na região de Aldeia Forte – um problema que tem origem no mar e é agravado pelas mudanças climáticas. A força do mar afetada pela erosão costeira na região já destruiu pelo menos 22 imóveis na área urbana do município, de acordo com a Defesa Civil.

A cidade atrai turistas por suas praias e experiências em aldeias indígenas, uma vez que o município tem cerca de 86,64% da população composta por indígenas, segundo o Censo 2022. A erosão costeira foi motivo para um decreto de situação de emergência, reconhecido pelo governo federal.

Também não é a primeira vez que o Governo da Paraíba reconhece a situação de emergência no município. Em 2010, o Estado afirmou que a Baía da Traição estava sofrendo com o “súbito e imprevisível” avanço do mar rumo à orla da cidade. O decreto registra que o “processo de erosão marinha” estava ameaçando bens e equipamentos do município, além de colocar em risco a vida de moradores e turistas que visitavam o local.

Os estudos sobre a situação do município estão sendo produzidos pelo Programa Estratégico de Estruturas Artificiais Marítimas (Preamar), que é uma iniciativa do Governo da Paraíba em parceria com o Instituto Federal da Paraíba (IFPB).

A equipe de pesquisadores está analisando as causas da erosão na Baía da Traição e verificando se ela impacta toda a costa do município. O trabalho inclui a elaboração de um diagnóstico emergencial, além de um estudo a longo prazo sobre as condições da região.

No dia 10 de dezembro, uma equipe de pesquisadores de diferentes áreas realizou uma expedição ao município com o intuito de elaborar um diagnóstico urgente sobre a situação de Baía da Traição. A iniciativa faz parte do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) Preamar, coordenado pelo Ministério Público Federal (MPF).

Imagens de satélite do Google Earth, feitas entre 2007 e 2023, mostram a evolução dessa destruição. Pesquisadores ainda buscam respostas para entender a causa do problema.

 

Por G1PB

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