
A Polícia Federal (PF) concluiu, em laudo pericial protocolado nesta quarta-feira (17/12), que houve tentativa de violação da tornozeleira eletrônica utilizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que os danos no material apresentam “características de execução grosseira, o que sugere que a ferramenta foi utilizada sem precisão técnica”.
Segundo os peritos, o equipamento apresentou danos compatíveis com o uso de calor concentrado, método associado a instrumentos como ferro de solda, além da presença de resíduos metálicos na área afetada.
“O aspecto físico e as análises realizadas na área danificada sugerem que na tornozeleira eletrônica foi empregada uma fonte de calor concentrado com ferro em sua composição. Testes realizados com ferro de solda na superfície do material questionado exibiram aspectos compatíveis com os danos verificados”, indicou a perícia da PF.
O documento aponta que esse tipo de intervenção é suficiente para acionar sensores de integridade e gerar alerta no sistema oficial de monitoramento. A tornozeleira era utilizada pelo ex-presidente, que admitiu ter usado uma solda no aparelho.
O caso motivou a decretação da prisão preventiva de Bolsono pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 22 de novembro.
Confissão
Logo após o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime) ser acionado devido à tentativa de violação da tornozeleira, Bolsonaro confessou à servidora encarregada o uso de ferro quente para tentar violar o equipamento. “Meti um ferro quente aí”, disse, alegando em seguida que teria agido por “curiosidade”.
Nesse momento, a servidora questionou que tipo de ferro quente havia sido utilizado por ele, ao que o ex-presidente esclareceu: “Foi ferro de soldar […]. Não rompi a pulseira, não”.
Em audiência, a defesa de Bolsonaro alegou surto do ex-presidente. O ex-chefe do Palácio do Planalto cumpre, atualmente, pena de 27 anos e 3 meses de prisão, em razão da condenação no âmbito do processo da trama golpista.
Pablo Giovanni / metropoles.com
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