
Em prisão domiciliar há uma semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez um pedido à bancada do PL em relação ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Por meio de familiares e aliados que o visitaram nos últimos dias, Bolsonaro pediu aos deputados do PL que deem mais alguns dias para Motta pautar os projetos de interesse da bancada.
O ex-presidente da República, de acordo com relatos feitos à coluna, aconselhou os parlamentares do PL a evitarem tensionar novamente a relação com Motta ao longo dessa semana.
Oposição já seguia orientação de Bolsonaro
O pedido de Bolsonaro a deputados do PL já vinha sendo cumprido por parte da oposição desde o final da semana passada, após a ocupação no plenário da Câmara.
Como noticiou a coluna, após ocupar a Mesa Diretora por 30h e recorrer a Arthur Lira (PP-AL) para solucionar o impasse, a oposição passou a falar em “fortalecer” Motta.
A estratégia tem por trás a avaliação de que, embora não tenha fechado qualquer acordo para pautar a anistia ao 8 de Janeiro ou o fim do foro privilegiado, Motta será peça-chave no enfrentamento ao STF.
Pelo acordo costurado por Lira, Centrão e bolsonaristas se unirão para tentar aprovar na Câmara, primeiro, a PEC do fim do foro e, depois, o projeto da anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro.
Nesse cenário, o fortalecimento de Motta é visto como uma etapa necessária para que a Casa tenha condições de enfrentar o Supremo e votar as duas pautas, que certamente provocarão reação da Corte.
A oposição sabe que, mais do que precisar de Motta para o enfrentamento ao STF, depende do deputado para pautar as propostas, prerrogativa que cabe única e exclusivamente ao presidente da Câmara.
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