
O tradicional bar do Felipe, em Manaíra, virou palco de uma conversa com forte teor político neste sábado (20), reunindo nomes de peso da oposição paraibana. Sentados à mesma mesa, o senador Efraim Filho (União Brasil–PB), o deputado federal Ruy Carneiro (Podemos) e o presidente estadual do PSD na Paraíba, Pedro Cunha Lima protagonizaram um encontro que reacende especulações sobre uma aliança no campo oposicionista para 2026.
Embora o clima tenha sido de descontração, o conteúdo da conversa foi estratégico. Efraim, que já se coloca como pré-candidato ao governo do estado, vem tentando costurar apoios e ampliar seu campo de influência. Pedro Cunha Lima, por ora em silêncio, observa o cenário e evita movimentos bruscos. Ruy, ainda ressentido com o resultado das eleições em João Pessoa, também evita alinhamentos automáticos — especialmente com o prefeito Cícero Lucena, que se movimenta como pré-candidato ao governo.
O encontro contou ainda com a presença do ex-superintendente da Codevasf, Irlen Guimarães; do prefeito de Natuba, Lins Filho; e do vereador de Santa Rita, Flávio Panta. Em uma mesa vizinha, estavam a pré-candidata a deputada estadual Olívia Motta, o atual superintendente da Codevasf, Fred Pinto, e o empresário Victor Boró.
A movimentação reforça o que já vinha sendo sinalizado nos bastidores. Na semana anterior, Efraim recebeu em Brasília o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSD), pai de Pedro, num gesto interpretado como tentativa de reaproximação com a família Cunha Lima, de Campina Grande.
Durante o encontro em João Pessoa, Efraim admitiu a possibilidade de a oposição lançar duas ou três candidaturas ao governo, mas reforçou o desejo de apresentar alternativas reais ao eleitorado e ainda avaliou que a base governista foi impactada com a saída de Cícero Lucena do grupo, o que pode enfraquecer a estrutura política do governo.
“O diálogo está fluindo. Conversei com Pedro, Cássio, Bruno, Ruy, Romero, Fábio Ramalho, Marcelo Queiroga, Gilberto, Walber… A oposição vive um bom momento, especialmente diante do racha na base do governo. A entrada de Cícero é bem-vinda, mostra que há insatisfação. Estamos construindo juntos. Pode haver três candidaturas ou uma união da oposição — isso será definido no diálogo com Pedro e outras lideranças”, afirmou.
Pedro Cunha Lima, por sua vez, disse estar disposto ao diálogo e defendeu a união de forças, sem descartar nenhuma liderança — incluindo o próprio Cícero Lucena (sem partido), embora os demais presentes adotem cautela em relação ao nome do prefeito. “Existe um movimento da oposição que vem crescendo. Toda soma é importante. Sabemos como é difícil enfrentar a estrutura governista, mas chegamos perto na última eleição. E ciclos políticos não são eternos — esse já dura 16 anos. Quero fazer parte de um movimento, contribuir e somar nesse processo. A gente quer promover um debate, discutir o que precisa mudar no nosso estado. Percebemos que, no ano que vem, teremos uma eleição muito competitiva — e queremos entrar nessa disputa para vencer, se Deus quiser”, concluiu.
As conversas ainda estão em fase inicial, mas o recado é claro: a oposição se articula e busca se fortalecer para enfrentar a base governista em crise. Até 2026, o desafio será transformar diálogos em alianças concretas e apresentar um projeto competitivo para a Paraíba.
Por Fonte83
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