
A cena é conhecida dos moradores de Patos: Baldes, tonéis e caixas d’água vão se tornam parte da rotina mais uma vez. A cada estiagem, o abastecimento é interrompido, os bairros entram em rodízio. O racionamento, que está de volta agora em novembro de 2025, após o colapso da barragem da Farinha, é o símbolo de uma cidade que convive há décadas com a falta de ação efetiva do poder público.
Nos últimos dez anos, políticos locais e estaduais multiplicaram as promessas de novas adutoras e obras “definitivas”. Mas o que realmente saiu do papel?
As principais promessas ao longo da década incluem:
- Adutora Coremas–Sabugi, anunciada desde 2016.
- Projeto Coremas–Espinharas–Sabugi, defendido por deputados entre 2023 e 2024.
- Adutora Leste de Patos, que recebeu apenas a Licença Prévia SUDEMA Nº 2487/2025, mas ainda não começou a ser construída.
Enquanto isso, nenhuma nova adutora foi concluída.
O que existe são licenças, reuniões, fotos e promessas repetidas — um ciclo de discurso político que raramente se transforma em infraestrutura.
Promessas x Realidade (2015–2025)
| Período | Promessas e anúncios políticos | Obras concluídas |
|---|---|---|
| 2015–2016 | Nova adutora de Coremas | Nenhuma |
| 2017–2019 | Estudos e visitas técnicas | Nenhuma |
| 2020–2022 | Pedidos de recursos federais | Pequenas manutenções |
| 2023–2024 | Defesa do projeto Espinharas–Sabugi | Nenhuma |
| 2025 | Licença da SUDEMA (Zona Leste) | Em licenciamento |
Resumo: em dez anos, muitas promessas e apenas uma licença ambiental emitida.
A Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA)tem feito intervenções pontuais, principalmente reparos em adutoras e ações emergenciais.
Em janeiro de 2024, por exemplo, a companhia anunciou a retirada de um grande vazamento na Adutora Coremas–Sabugi. Mas essas medidas são reativas, não estruturais. O abastecimento depende das mesmas estruturas antigas, que vivem rompendo ou sofrendo com vandalismo.
Moradores expressam cansaço. Nas rádios loe redes sociais, o tom é o mesmo: descrença e indignação. A cada nova seca, o discurso político ressurge, mas a água continua faltando.
Os dados mostram que o problema não é falta de diagnóstico — e sim de ação.
Os governos estadual e municipal não conseguiram implantar um plano de segurança hídrica regional, que envolva novas adutoras, manutenção de reservatórios e modernização da rede.
Sem integração entre Prefeitura, Estado e CAGEPA, as soluções continuam sendo paliativas.
A crise hídrica em Patos é, antes de tudo, um retrato da inércia política.
Há anos a cidade ouve promessas de novas adutoras e investimentos, mas continua dependente da chuva e das medidas paliativas.
Enquanto as obras não vêm, o sertanejo segue enchendo os baldes e vendo a esperança secar junto com os açudes.
Fontes consultadas: SUDEMA; CAGEPA; PatosOnline; Portal Correio
Wanessa Meira – Polêmica Patos
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