EUA reduzem tarifa para café, carne, banana e açaí, entre outros produtos

Café, carne, açaí, algumas frutas tropicais frescas ou congeladas tiveram as tarifas de importação reduzidas, segundo ordem executiva publicada pela Casa Branca nesta sexta-feira (14). Ainda não está claro de quanto foi a redução.

Desde agosto, a compra de produtos do Brasil pelos Estados Unidos é alvo de uma sobretaxa de 50%.

O país é o maior fornecedor de café para os EUA e um dos principais de carne, e ambos os produtos enfrentam forte alta nos preços no mercado norte-americano, o que pressiona o governo de Donald Trump, autor do "tarifaço".

O percentual 50% foi determinado a partir de duas ordens de Trump: uma em abril, quando o Brasil passou a ter uma sobretaxa de 10%, e outra adicional de 40% que começou a valer em agosto, resultando na maior tarifa entre todos os países atingidos pela medida até então.

 

"É necessária análise para entender se esse novo ato se aplica apenas à tarifa base de 10%, à de 40% ou a ambas", disse a associação dos exportadores de café, a Cecafé.

 

A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) entende que apenas a taxa imposta em abril foi derrubada. "Isso significa que o café verde, o café torrado, torrado e moído, descafeinado e demais variações deixam de estar sujeitos à tarifa recíproca de 10%. Por outro lado, é importante destacar que essa nova Ordem Executiva não altera a tarifa adicional de 40%."

O embaixador Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificaram a medida como uma boa notícia, mas ressaltaram estarem atentos também a itens que entraram no tarifaço e ainda não foram flexibilizados.

 

Sem menção ao Brasil

Brasil e os EUA vinham articulando, nas últimas semanas, uma flexibilização do "tarifaço". A negociação ganhou força com um encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro, na Malásia.

Sem dar detalhes, Trump chegou a mencionar que reduziria a tarifa sobre o café, em entrevista à Fox News, na última terça-feira (12). O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se encontraram na última quinta para discutir o assunto.

Na ordem executiva desta sexta, Trump não se referiu especificamente a nenhum país.

Ele afirmou que recebeu informações de autoridades que, sob sua orientação, monitoram as circunstâncias da ordem que estabeleceu o tarifaço.

"Depois de considerar as informações e recomendações que esses funcionários me forneceram, o andamento das negociações com vários parceiros comerciais, a demanda interna atual por determinados produtos e a capacidade doméstica atual de produzi-los, entre outros fatores, determinei que é necessário e apropriado modificar ainda mais o escopo dos produtos sujeitos à tarifa recíproca."

Segundo o governo americano, a redução vale para mercadorias importadas e retiradas em armazém desde a quinta-feira (13). Ao divulgar a medida, a Casa Branca atualizou a lista de produtos que têm algum grau de isenção de tarifas, entre eles a carne e o café.

Uma parte desses produtos já tinham recebido o benefício em julho, entre eles o suco de laranja, que também tem peso nas vendas do Brasil para os EUA. 

 

Exportadores comemoram

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) comemorou a medida.

"A redução tarifária devolve previsibilidade ao setor e cria condições mais adequadas para o bom funcionamento do comércio", divulgou, em nota.

"Os Estados Unidos são o segundo maior mercado da carne bovina do Brasil, com peso relevante para todo o fluxo de exportações. A decisão norte-americana fortalece essa relação e abre espaço para uma retomada mais equilibrada e estável das vendas", completou a Abiec.

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), que destacou a dúvida sobre o percentual de redução da tarifa, diz que "está em contato com seus pares americanos (...) para analisar, cuidadosamente, a situação e termos noção do real cenário que se apresenta".

 

Por Redação g1

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