A temperatura política em Brasília subiu novamente. Em entrevista à GloboNews, o senador Renan Calheiros (MDBAL) fez uma das declarações mais duras desde que o paraibano Hugo Mota (RepublicanosPB) assumiu a presidência da Câmara dos Deputados. Sem rodeios, Renan afirmou que Mota “não terminará o mandato” e o comparou ao ex-presidente da Casa Severino Cavalcante, personagem emblemático do baixo clero cuja passagem pelo comando da Câmara terminou em renúncia e cassação.

A fala repercutiu imediatamente entre parlamentares e reforçou o clima de instabilidade que envolve a atual gestão da Câmara, em meio às recentes tensões com o Supremo Tribunal Federal (STF).

Renan trouxe à tona um episódio que marcou a política brasileira nos anos 2000. Severino Cavalcante, eleito presidente da Câmara em 2005 como azarão, surpreendeu ao vencer candidatos mais articulados. Mas sua gestão durou pouco: foi atropelada por denúncias de cobrança de propina a um restaurante da própria Casa, levando-o à renúncia e ao desgaste que culminou na cassação do mandato.

Ao comparar Hugo Mota a Severino, Renan sugere que o paraibano enfrenta condições políticas parecidas, fragilidade interna, disputas de bastidor e dificuldades para unificar a Casa em um momento de forte pressão institucional.

A declaração do senador ocorre no rastro do embate provocado pela cassação da deputada Carla Zambelli (PLSP). A Câmara rejeitou a perda do mandato, mas a decisão foi anulada pelo ministro Alexandre de Moraes, reacendendo a discussão sobre prerrogativas entre os Poderes.

O episódio colocou Hugo Mota sob os holofotes e expôs rachaduras dentro da própria Casa. Para aliados, a fala de Renan não foi apenas uma crítica, mas um alerta de que o presidente da Câmara precisa consolidar rapidamente sua base, ou corre o risco de se isolar.

 

Pressão crescente

Renan Calheiros, um dos parlamentares mais experientes do Congresso, raramente faz comparações desse calibre sem objetivo político claro. Ao acionar a memória do caso Severino, ele aponta que a crise atual pode seguir caminho semelhante caso Hugo Mota não consiga controlar o tabuleiro.

Nos bastidores, a fala é lida como um recado direto: comandar a Câmara em tempos de atrito entre poderes exige mais que articulação, exige sobrevivência.

 

Por Redação Fonte83

 

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