Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES) está investigando possíveis irregularidades em cirurgias oftalmológicas realizadas no último dia 15 de maio, no Hospital das Clínicas, em Campina Grande. Os procedimentos foram executados por profissionais vinculados à Fundação Rubens Dutra Segundo, empresa contratada pelo governo estadual para prestar o serviço.

Entre os 64 pacientes operados, nove apresentaram complicações no pós-operatório, como desconforto ocular persistente e suspeita de perda de visão. A situação levou a SES a realizar uma análise dos materiais utilizados durante as cirurgias, quando foram encontrados 30 frascos da medicação empregada nos procedimentos — seis deles estavam vencidos e já abertos, com fortes indícios de terem sido utilizados em pacientes que manifestaram os sintomas mais graves.

Diante dos indícios, a Secretaria suspendeu imediatamente o contrato com a empresa e instaurou processos administrativos, éticos e criminais para apurar as responsabilidades envolvidas. A Fundação Rubens Dutra Segundo deverá responder pelas possíveis falhas apontadas.

A SES também informou que está oferecendo assistência integral aos pacientes afetados, incluindo reavaliações médicas, acompanhamento especializado e tratamento complementar em unidades da rede estadual de saúde.

Na manhã desta terça-feira (20), o Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB) divulgou nota oficial informando que está acompanhando o caso:

NOTA DO CRM-PB

“O Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB) tem acompanhado de perto o caso dos quatro pacientes que tiveram problemas oculares após cirurgias oftalmológicas no Hospital das Clínicas em Campina Grande. A informação inicial foi trazida pela própria Secretaria de Estado da Saúde, que já relatou que abriu o processo administrativo interno e também encaminhou o caso à Comissão de Ética Médica. Nenhum familiar ou paciente procurou o CRM-PB, até o momento. O Conselho aguarda alguma manifestação, mas se não houver denúncia, abrirá uma sindicância de ofício (provocada pelo próprio Conselho) e, a partir daí, vai verificar se há indícios de irregularidade no ato médico. Se houver, será aberto um processo ético-profissional para apurar a responsabilidade de cada um. Importante ressaltar que o CRM-PB é um tribunal ético, que avalia a conduta do médico na questão ética. As questões civil, criminal e penal são avaliadas por outros órgãos.”

 

Por fonte83

 

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